Azul e branco na decoração da casa de campo
Quem mora no Rio de Janeiro sabe: não adianta fugir do calor intenso no verão indo para as montanhas. Os dias são quentes demais mesmo em lugares como Itaipava, distrito da cidade serrana de Petrópolis, onde fica essa casa de campo. “O sol é tão forte aqui que batizamos nossa propriedade de Solaia, nome de um vinho italiano da Toscana”, conta a arquiteta Patricia Carvalho, que tem escritório com a arquiteta Adriana Valle. “Refresca um pouco no final da tarde. E, no inverno, o clima é mais agradável, nunca muito frio. Independente disso, nós subimos a serra quase todos os fins de semana”, acrescenta. Há exatamente 10 anos, ela e o marido compraram a casa, na época com três quartos e 250 m². “Era uma construção sólida, de 1950, mas em péssimo estado. O terreno de 7 mil m² no Vale da Boa Esperança compensava todo o trabalho que teríamos na reforma”, afirma Patricia. Aos poucos, eles ampliaram o número e o tamanho dos cômodos de acordo com a necessidade. Hoje, a construção soma 950 m², incluindo os anexos e as varandas. Nesse período, a família também aumentou. Além de Cecília, 16, e Duda, 12, nasceu Tom, sete anos. Por conta disso, a arquiteta esticou a casa principal para construir mais dois quartos e a sala de jantar espaçosa, que abre para o jardim da frente e para o pátio central, ocupado pela área de lazer. “Faltava essa transparência. Abri os vãos e coloquei as esquadrias de madeira que acompanham o estilo da arquitetura original”, diz Patricia. Para tornar os ambientes claros e leves, ela pintou de branco as paredes internas, que, iguais às da fachada, são de tijolinhos aparentes. O teto também passou por reforma. “Toda a estrutura era de peroba do campo, incluindo o telhado, portas e janelas. Por isso, substituí os caibros por madeira menos nobre”, diz a arquiteta, que aplicou tinta branca no forro de madeira. A peroba retirada foi aproveitada na criação de várias peças de marcenaria espalhadas pela casa: armários da cozinha, aparador da sala de jantar, prateleiras do corredor e a bancada da cozinha gourmet aberta para o living. O restante do mobiliário é composto por peças de época herdadas da família e compradas em antiquário. “Com as tábuas cortadas dos caibros de peroba, meu marido fez luminárias de chão no ateliê que montou aqui”, conta Patricia. “Meus filhos aprenderam com ele a gostar de mexer na casa. Já pintaram as mesas e as cadeiras de ferro, deixadas pelo ex-dono, recentemente de vermelho e antes de azul, a cor que, misturada ao branco, predomina na decoração.”
Casa e Jardim
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