4 casas que respira arte

Há anos trabalhando ao lado da estilista Paula Raia, a carioca Camila Schnarndorf leva suas referências de moda para a casa. Não faltam tecidos naturais, que vestem os móveis do apê, em São Paulo, na mesma sintonia de suas roupas. A coleção de arte completa o décor com algo que vai além da estética: histórias dela e do marido, Carlos de Barros Jorge. “Minha primeira obra, um quadro de Ivan Grilo, foi uma surpresa que ele me deu a caminho do aeroporto antes de partir para uma viagem ao redor do mundo”, conta a moradora – ela havia se apaixonado pelo trabalho numa exposição.





Nove anos atrás, o paulistano Ricardo Kugelmas fazia as malas rumo a Nova York após aceitar um convite do artista italiano Francesco Clemente para administrar seu estúdio. Durante esse tempo, tratou de ampliar sua coleção de arte. “Acabei unindo meu ofício a uma paixão. Como andava entre museus e galerias, conheci muita gente de quem ganhei ou comprei obras”, conta. De volta a São Paulo há dois anos, Ricardo instalou a mudança (quatro caixas de quadros e 15 de livros) na antiga casa dos avós – um sobrado modernista projetado por Gian Carlo Gasperini em 1957 no Morumbi. No local, fundou o Auroras, um espaço independente de arte, no qual, a cada três meses, promove mostras abertas ao público (que também pode agendar uma visita para conhecer a biblioteca e seu acervo de títulos especializados).





Graças à vontade de trazer beleza para a casa nova, a carioca Gabriella Magalhães descobriu uma paixão. “Já gostava de arte e visitava exposições, mas não conhecia por dentro o mundo das galerias, das feiras e dos artistas”, conta. Aos poucos, o envolvimento dela e do marido, Fernando, fez com que os dos desvendassem o funcionamento do mercado e montassem uma coleção importante de arte contemporânea. Além disso, o casal se tornou patrono de locais como o Instituto Inhotim, a Pinacoteca de São Paulo e o Museu de Arte do Rio. As obras são tão prioritárias na casa que Gabriella mudou a disposição dos móveis diversas vezes em função delas. “Agora estou com um foco mais prático. Deixei aqui as que combinam melhor com nosso estilo de vida. Outras foram levadas para o escritório do Fernando e, algumas, doadas para o acervo de museus.”





Na contramão dos relacionamentos online, o arquiteto Ian Duarte e o artista visual Allann Seabra se conheceram à moda antiga: ao se ver todos os dias na hora do almoço. Na época, Ian trabalhava num escritório de arquitetura e Allann já tocava a paulistana Galeria Verve, do outro lado da rua. Primeiro eles viraram amigos, depois sócios na galeria, depois namorados, para então dividir a mesma casa – e as obras de arte. “Podemos contar nossa história por meio delas. Algumas vieram com ele, outras comigo e muitas compramos juntos”, conta Ian. Nesse acervo, há trabalhos que retornam para as mostras na galeria ou são vendidos. Mas os que falam mais alto ao coração, como os do amigo Florian Raiss, permanecem. “Colocamos na parede o que mais gostamos”, explica Allann.





Casa Claudia



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